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domingo, 10 de abril de 2011

Uma pequena história. Leia se quiser.

Matheus de souza

               Aquele garoto. Tinha que ser com ele. Aquela força divina - a qual prefiro não citar o nome para a ninguém ofender – insiste em pregar peças.
               Era um garoto triste por destino. Tinha amigos, tinha garotas – não muitas, suficientes – tinha hobbies e passatempos. Tinha família e amores, mas não tinha a felicidade.
               Aquele garoto amava uma garota por verão. Não que fossem garotas diferentes sempre, mas eram sempre amores diferentes. E ele insistia que isso mudava tudo.
               Naquele verão, coincidentemente, ele amava uma garota diferente das outras. Forte, ela caminhava com as próprias pernas. Fazia de sua beleza sua maior virtude. E, como todo pacote completo, era inteligente. Simples e perfeita.
               Não preciso nem dizer que era um amor platônico. Como um garoto tão obcecado com a tristeza se atreveria com tal mulher. Ele nunca ousou nem pensar sobre isso. Era este o primeiro amor que ele temia. Era o primeiro amor que o fazia mal antes de fazer bem.
               -Preliminares...  Vamos logo à história – diz o narrador.
               Certo.
               Naquele mesmo verão, depois de passar todos os dias do ano observando tal garota. Olhando-a discretamente durante as aulas. Admirando-a nas apresentações de trabalho e tudo mais, ele resolve que não mais poderia viver assim.
               Ele pega a bicicleta – sim, a bicicleta, se fosse o carro a história ficaria elitista – e dispara cidade adentro.  Corta carros e motos, se aventura nas avenidas e para subitamente. Um carro vermelho – vermelho de sangue, pois o carro originalmente era negro – o atinge e arranca boa parte de sua vitalidade.
               Ele acorda dias depois – para ele pareceram horas – e não entende bem o que acontecia. Vê sua mãe aos prantos na cadeira ao lado. Ele já sabia o que o esperava.
               Só conseguia pensar na garota. Sua vida não faria sentido se não conversasse com ela. Se ela não soubesse que a ama. Ele se lembra de seus olhos claros e seu cabelo escuro esvoaçando pelo ar. Lembra de seu sorriso... Ah seu sorriso, e começa a chorar desesperadamente. Não se importa com a própria vida, mas precisava amá-la naqueles últimos dias.
               Sua mãe, de súbito diz que alguém gostaria de vê-lo. Ele se assusta. Estava começando a se sentir um indigente e alguém o suga daquela verdade incontestável – que agora não era mais verdade.
               - Oi. – era ela, com os olhos fundos e desesperados.
               - Você dormiu aqui? – ele pergunta, esperando que ela dissesse “não”.
               - Sim. Tinha que lhe ver.
               - Por quê?
               - Por que o seu diagnostico é certo, sua morte é breve e meu amor infinito. Precisava lhe dizer isto.
               Os dois começam a chorar.
               -“Que não seja infinito, posto que é chama, mas que seja eterno enquanto dure.”
               - O que é isso? – a menina questiona, se referindo a tal citação, sem entender seu significado.
               - É tudo que lhe peço, enquanto minha vida se prende a este aparelho.
               A menina então se aproxima e beija seus lábios.
O garoto então desperta. Estava eu seu quarto com os olhos molhados. Percebera então que era um sonho. Ou talvez tivesse sido mais que isso. O importante é que não era real.
               Ele então se prepara a tal rotina dolorosa. E parte rumando o destino.
FIM
Considerações do autor: Sim, fui eu – Matheus de Souza – que escrevi este texto. Talvez, e só talvez, tenha sido uma declaração. E não, provavelmente não é para você que escrevi isto – a protagonista de tal texto mal lê o blog, não leria tão grande texto.

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